Voltando a escrever após 9 anos

Desde o começo da minha vida profissional penso em escrever para compartilhar. Acredito que seja algo normal querer compartilhar o que aprendeu. Depois de um tempo, ao deixar o dia a dia da programação e ir para o marketing, fui “forçado” a escrever bastante. E eu gostava muito do resultado.

Sempre achei interessante como o processo de escrita, seja de um artigo técnico, um relato ou apenas um texto de opinião, te faz pensar sobre seu trabalho, sobre o seu dia a dia, sobre suas referências e práticas e revisitar o processo de aprendizagem que te trouxe até aquele ponto. Isso, por si só, já é um grande benefício.

Mas essa revisão consciente do seu próprio conhecimento traz benefícios adicionais. Escrever um artigo para ensinar a alguém sobre algo que você sabe reforça o seu próprio conhecimento do assunto. A neurociência explica esse processo, mas bem antes de eu conhecer essa explicação elegante e científica, aprendi isso com um poeta anônimo.

Em 2007, quando eu ainda estava na faculdade, entrei no laboratório de informática para fazer um trabalho e encontrei um senhor de uns cinquenta e poucos anos. Um poeta, ele me disse. Queria enviar um de seus últimos trabalhos para algumas pessoas que ele julgava que se interessariam. Ele precisava de ajuda, pois o Yahoo! Mail não o estava deixando enviar para mais de 250 pessoas (o poeta spammer queria enviar para mil). Eu o ajudei (tudo pela arte!), conversei um pouco com ele e, quando ia saindo, ele me agradeceu muito e disse algo que, ao contrário do seu nome, eu nunca esqueci: “quem ensina, aprende duas vezes”. Algo que comprovei inúmeras vezes ao longo da minha vida profissional.

Há ainda dois benefícios adicionais do processo de escrita.

Principalmente no caso de artigos técnicos, eles podem ser uma referência para uma solução técnica interessante para um problema incomum. E, quando você precisar daquilo novamente, não precisará pesquisar tudo outra vez. Vai ter tudo mastigado.

E se serve para você vai servir para mais pessoas! Sendo assim, você consegue se posicionar, se mostrar como um estudioso da sua área e, no longo prazo, isso tende a trazer um retorno profissional. No caso de empreendedores, pode ajudar também a atrair mais talentos e mídia gratuita.

Mesmo com todos esses benefícios, os meus anos mais produtivos da vida de blogueiro tiveram apenas quatro posts por ano quando eu ainda tinha um blog de assuntos técnicos. Nunca priorizei muito.

Recentemente aceitei o desafio do meu amigo Diego Borges e resolvi voltar a escrever. Ele resolveu escrever durante a quarentena da COVID-19 ao menos um post por semana (veja os que ele já escreveu aqui: https://diegoborgs.com.br/). Espero conseguir a mesma produtividade.

Vou manter aqui meus antigos posts técnicos. Creio que todos já estão ultrapassados, como o que fala do SVN (lembra disso?) ou o da época em que jQuery era uma grande novidade (me entreguei agora). Contudo, são uma lembrança boa de quando eu era um desenvolvedor ativo.

Não espere muitos desses. Escreverei mais sobre temas como inovação, liderança, empreendedorismo, marketing, gestão de pessoas e assuntos relacionados.

E como dizem por aí: o primeiro tá pago!

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